sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A ignorância é uma benção.

Por que estamos aqui? Qual nosso propósito na vida? Somos apenas um amontoado de partículas? O que acontece depois da morte?
É difícil não perceber em muitas justificativas dadas pelas pessoas para qualquer uma das grandes questões da humanidade, e nas próprias questões em si, a dificuldade em separar medo e ansiedade dessa tentativa de explicar ou responder algo. Há uma enorme resistência em reconhecer que não somos a coisa mais especial que já existiu ou existirá no universo.
Não saber explicar alguma coisa nunca, em momento algum da história, validou a existência de uma suposição. Tentar validar o místico ou sobrenatural pela simples incapacidade de explicá-lo é, no mínimo, arrogante, além de reforçar a ignorância. A preferência pelo não saber ao invés da busca pelo saber.
É o famoso princípio do "se o ser humano não pode explicar, então só pode ter uma justificativa divina ou sobrenatural". No entanto, esquece-se que as divindades gregas e egípcias apareceram justamente pela incapacidade do ser humano em explicar as forças da natureza. E, nem por isso, continuamos adorando Rá ou Zeus.
Não conseguir explicar algo simplesmente prova o quanto precisamos continuar insistindo em buscar respostas e não nos acomodarmos. O medo de admitir isso, de cogitar a hipótese de que as coisas podem acabar com a morte ou de que somos, de fato, resultado de um processo complexo e intrincado que já dura milhões de anos e que, ser parte desse processo não nos torna o ápice dele, parece ser o suficiente para justificar nossa ignorância.
O ser humano insiste em negar sua condição de degrau na escala evolutiva. Não somos o resultado final da evolução, não fomos desenhados magicamente para nenhum fim. Somos a continuação de algo que dura milhões de anos e que está longe de acabar.
Se há algo que podemos aprender com a história da humanidade é que é graças a essa incapacidade de explicar tudo e não se satisfazer com qualquer resposta é que pudemos avançar tanto tecnologicamente e cientificamente. E, quando pararmos de nos considerar a coisa mais perfeita que já existiu e de acharmos conforto em nossa ignorância, quem sabe comecemos a progredir intelectualmente também.

Vídeo: Façade Of Reality (legendado)

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